Trabalhadores tiveram semana de ação dentro do Parlamento, visitando deputados e realizando reuniões com técnicos para tentar barrar a Reforma Administrativa
Os trabalhadores do serviço público seguem sua agenda de pressão junto aos deputados federais, onde tramita a proposta de emenda Constitucional (PEC) 32/2020. As ações, que na semana passada resultaram num dia de paralisação, no dia 18 de agosto.
Nesta semana, as principais lideranças dos sindicatos de trabalhadores e servidores públicos das três esferas, estão realizando atividades em Brasília, priorizando visitas a parlamentares de todos os Estados da União.
A proposta de reforma administrativa enviada ao Congresso Nacional pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi definida, pelo economista Fausto Augusto Júnior, coordenador do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) é uma reforma do Estado brasileiro. Fausto reforça que, caso seja aprovada, tende a piorar a vida da população pobre porque é exatamente esse contingente populacional que necessita dos serviços público.
O Ceará esteve presente neste esforço de pressão aos deputados, em Brasília, com comitiva formada pela coordenadora-geral da Fenajud, Arlete Rogoginski; o coordenador de finanças da Fenajud e coordenador-geral do SindJustiça Ceará, Roberto Fontenele e pelo coordenador de imprensa e divulgação do SindJustiça-CE, Iderlandio Morais.
“Temos que atacar em todas as frentes. Nas ruas, mostrando para a opinião pública que não queremos esse desmonte do serviço público, e nas articulações em Brasília, para fortalecer as alianças que já temos e conquistar outras”, defende Roberto Fontenele.
Nas visitas de quarta e quinta-feira, os representantes de funcionários da Justiça do Ceará aproveitaram para reforçar as alianças contra a PEC 32 em visita à líder do Psol na Câmara, Talíria Petrone, deputada do Rio de Janeiro, e ao deputado Rogério Correia (MG), vice-líder do PT na Casa.
Também se reuniram com Pedro Brandão, coordenador da equipe técnica da liderança do PSOL na Câmara e visitaram os gabinetes dos deputados cearenses Luizianne Lins (PT), Capitão Wagner (Pros) e Célio Studart (PV) todos contrários à proposta tramita em Comissão especial.
“A conversa com os parlamentares nos ajudou a avaliar o clima para a votação da PEC 32. Temos chances de barrar a Reforma. Mas, precisamos aumentar as mobilizações até a votação no plenário”, avalia Roberto.
Mas a pressão de Arthur Lira (PP/BA), presidente da Câmara, sobre o relator da PEC 32 na Comissão, Arthur Maia (DEM/BA), está acelerando os debates e encurtando o tempo de ação dos líderes sindicais. A previsão é de Maia entregar o relatório até dia 28. Já segundo Fernando Monteiro (PP/PE), presidente da Comissão Especial, o mérito do texto deve ser votado até 01 de setembro.
Se as previsões acontecerem, a PEC 32 vai para análise e votação no plenário até a primeira metade de setembro. A oposição espera retardar esse processo para que o debate seja ampliado e a pressão popular contra a Reforma ganhe os deputados ainda indecisos.
Márcio Rodrigues / O Otimista
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Fonte: O Otimista