O SINTUFCE (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará) participou ativamente do ato unificado do 1º de Maio em Fortaleza, reunindo milhares de pessoas na Praça Portugal, em defesa dos direitos da classe trabalhadora. A atividade marcou o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora com forte presença de centrais sindicais, movimentos populares e lideranças políticas.
O ato contou com a participação de inúmeras entidades como ADUFC Sindicato, APEOC, SindiSaúde, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Movimento VAT (Vida além do Trabalho). Parlamentares também se somaram à mobilização, entre eles o deputado federal José Guimarães (PT), os deputados estaduais Renato Roseno (PSOL), Missias do MST (PT) e Larissa Gaspar (PT), além dos vereadores Adriana Almeida (PT), Mari Lacerda (PT) e Gabriel Biologia (PSOL).
A programação começou com falas políticas na Praça Portugal e seguiu em caminhada pelas avenidas Desembargador Moreira e Abolição até a Estátua da Iracema Guardiã, na Praia de Iracema. O percurso levou às ruas de Fortaleza as principais reivindicações da classe trabalhadora.
Foram pautadas bandeiras como a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1, a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, a taxação dos super-ricos, a defesa da democracia e o repúdio à anistia para golpistas.
O SINTUFCE levou ao ato as demandas específicas dos técnico-administrativos em educação (TAE), como o cumprimento do acordo de reestruturação do Plano de Carreira (PCCTAE), a valorização da categoria, o fortalecimento da educação pública e o combate ao desmonte dos serviços públicos.
Para marcar presença e organizar a participação da base, o sindicato instalou um enorme balão no local como ponto de encontro, além de disponibilizar um carro de apoio que garantiu água e suco para os participantes da base e da diretoria. Também foram confeccionadas duas grandes faixas — uma fixa e outra móvel — destacando o estado de greve dos servidores TAE da UFC, UFCA e Unilab.
A participação no 1º de Maio ocorre em meio ao estado de greve mantido pela categoria, aprovado como instrumento de pressão política diante do descumprimento parcial do acordo firmado com o governo federal ao fim da greve nacional de 2024. Entre os pontos pendentes estão a reestruturação da carreira via Medida Provisória e os reajustes salariais prometidos.
Enquanto o governo prioriza acordos com o Congresso e favorece o mercado financeiro, a educação pública segue negligenciada. O estado de greve reafirma a disposição de luta da categoria por respeito, valorização, carreira e universidade pública de qualidade.
Uma das principais bandeiras do ato foi o fim da escala 6×1, regime que impõe seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso. A pauta ganhou visibilidade nas redes sociais com a atuação do influenciador Rick Azevedo, criador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que tem mobilizado a população em torno de uma nova concepção de jornada laboral.
Como resultado dessa mobilização, foi apresentada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 8/2025, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe jornada máxima de 8 horas diárias e 36 horas semanais, com possibilidade de semana de 4 dias mediante acordo ou convenção coletiva.
A defesa da redução da jornada sem corte de salários é uma pauta histórica do movimento sindical e ganha novo impulso diante das transformações no mundo do trabalho, da necessidade de preservar a saúde mental e da busca por mais tempo livre e qualidade de vida.
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FONTE: SINTUFCE
