Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil também conta com ampla aceitação popular
Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (10) revela um amplo apoio da população à proposta do governo Lula (PT) de instituir um imposto de renda mínimo sobre os super-ricos. O levantamento aponta que 76% dos entrevistados concordam com a medida liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A proposta do governo, já em tramitação no Congresso, detalha que o imposto mínimo incidirá sobre aqueles com rendimentos mensais superiores a R$ 50 mil, ou a partir de R$ 600 mil anuais. A alíquota será aplicada de forma progressiva, até chegar ao patamar máximo de 10% para aqueles que recebem até R$ 1,2 milhão por ano.
Apesar do significativo apoio popular, uma parcela de 20% da população não concordam com a medida. A comparação com o levantamento anterior sobre o tema, de dezembro de 2024, indica uma estabilidade nas opiniões, com um apoio de 77% registrado à época.
Contudo, a pesquisa lança luz sobre um ceticismo em relação à aprovação da proposta pelo Congresso. Quase metade dos entrevistados, 49%, acredita que os parlamentares não darão aval ao projeto, enquanto 47% se mostram otimistas quanto à aprovação.
Em relação ao apoio por grupos específicos, a taxação é menos aceita entre empresários (54%) e estudantes (69%), mas ganha força entre a população com mais de 45 anos, alcançando 80% de aprovação.
Já a rejeição à proposta é maior entre os que avaliam negativamente o governo Lula (31%), em contraste com apenas 10% de rejeição entre aqueles que consideram a gestão ótima ou boa.
O mesmo pacote contempla também isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais, com previsão de implementação a partir de 2026.
Essa proposta também conta com ampla aceitação popular, com 70% de aprovação. No entanto, a confiança na aprovação pelo Congresso é menor (50%).
O Datafolha também investigou o nível de conhecimento da população sobre as propostas. Pelo menos 64% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento do conteúdo do pacote, um aumento em relação aos 53% registrados em dezembro de 2024.
Hoje, 29% se consideram bem informados, 28% mais ou menos informados e 6% mal informados, enquanto 36% admitem desconhecer o tema.
A isenção é vista de maneira positiva pelos mais velhos (75% entre pessoas com 60 anos ou mais) e entre aqueles com ensino superior (84%). O apoio também é notável entre empresários (80%) e funcionários públicos (81%), enquanto os assalariados sem registro demonstram menor entusiasmo (56%).
A pesquisa Datafolha ouviu 3.054 pessoas com mais de 16 anos, de 172 municípios, entre os dias 1 e 3 de abril. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
FONTE: JORNAL GGN
