Vote consciente em defesa da democracia

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Não podemos permitir que o retrocesso que vem junto com o Bolsonarismo se instale em Fortaleza. Em 2018, apesar dos avisos de movimentos sociais, cientistas políticos e militantes sobre os risco à democracia e a incapacidade de Jair Bolsonaro de exercer qualquer papel político, dado o seu histórico irrelevante em suas mais de quatro décadas como deputado e seus discursos de ódio no parlamento, ele foi empossado presidente da república em 1º de janeiro de 2019.

Seu mandato foi marcado por graves retrocessos, dos quais ainda tentamos nos reestruturar. Em todo o país, houve ataques a todos os setores do serviço público. O fechamento do Ministério do Trabalho, os ataques aos direitos humanos, cortes nos orçamentos das universidades públicas, a política de desmatamento na Amazônia, a volta do Brasil ao Mapa da Fome, a interferência na Polícia Federal, o desvio de dinheiro público e até escândalos envolvendo transporte de drogas em aviões presidenciais são apenas alguns exemplos. E o pior, tivemos sua ação criminosa e genocida na pandemia.

O Brasil se tornou um pária na política internacional e, enquanto enfrentávamos um vírus desconhecido, tivemos que lidar com um presidente que negava a ciência e atacava as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), como o uso de máscaras e o isolamento social.

Resistimos duramente, mesmo diante do discurso de que “o Brasil não podia parar”, o que expôs a classe trabalhadora e os mais vulneráveis ao risco de contaminação sem o direito de ficarem protegidos em casa e amparados pelo Estado.  Com o Ministério da Saúde corrompido e em crise, com mudanças sequenciais de seus dirigentes, as unidades de saúde e hospitais de campanha tornaram-se zona de guerra com milhares de pacientes entubados que só se multiplicavam. A tragédia na Amazônia, onde pacientes morreram por falta de oxigênio, nunca será esquecida. E o presidente, em vez de agir, zombou da situação em rede nacional, dizendo “não sou coveiro”.

Com a chegada das vacinas, os ataques continuaram. Bolsonaro incitou desconfiança contra a vacinação, regredindo o nosso legado como referência mundial em imunização. Alegava que as vacinas poderiam representar risco à vida e que não deveriam ser obrigatórias. Mesmo após 500 mil mortes, ele não decretou luto, não respeitou as vítimas e afirma, até hoje, que não se vacinou. O atraso na compra de vacinas acarretou em mais mortes evitáveis.

Em 2022, apesar do uso da máquina pública, da interferência da Polícia Federal para tentar impedir eleitores do Nordeste de votarem, das fake news e do assédio eleitoral, derrotamos Bolsonaro nas urnas e elegemos um projeto de redemocratização. Contudo, sabemos que o Bolsonarismo não foi derrotado. Precisamos continuar vigilantes e enfrentar seus seguidores, que se mostram cada vez mais extremistas.

Hoje, Fortaleza, a capital do Ceará — estado que foi o primeiro a abolir a escravidão e que derrotou Bolsonaro em 2022 em todos os seus municípios — enfrenta novamente um cenário polarizado.

Não podemos permitir que o filhote do Bolsonarismo ganhe espaço aqui.

O deputado federal André Fernandes (PL), candidato à prefeitura de Fortaleza no 2º Turno, integra a corja dos golpistas que financiou o golpe à democracia de 8 de janeiro. Se vende como representante da “nova política” e do “fim da mamata”, mas empregou toda a sua família em gabinetes políticos, sendo investigado pelo Ministério Público por nepotismo cruzado. Em seis anos de vida pública, não apresentou nenhum projeto. Este deputado, que posa ao lado de Bolsonaro, compartilha não apenas da sua inaptidão política, mas também do seu ódio à ciência, à diversidade, à igualdade racial e às mulheres. André Fernandes chegou a zombar das vítimas de feminicídio, votou contra a igualdade salarial entre homens e mulheres, e é coautor do PL 1904/2024, conhecido como o “PL do Estuprador”.

Por todos esses motivos, e tantos outros, nosso sindicato, que sempre se colocou em defesa à democracia, ao lado da classe trabalhadora, em luta por uma sociedade mais igualitária e antirracista, reafirma sua posição contrária ao avanço do Bolsonarismo. Convidamos a todas e todos as e os docentes a estarmos no dia a dia, conversando com nossos colegas, amigos e familiares para barrar e vencer mais uma vez o Bolsonarismo em Fortaleza.

Docente não vota em fascista, docentes não votam em André Fernandes! 

Diretoria da Sinduece

FONTE: SINDUECE