Carência docente é denunciada por mídia local, UECE admite falta de professores mas apresenta números inconsistentes

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Na última quarta-feira (28), a carência docente da UECE voltou a ser pauta pública — desta vez, nas páginas do Diário do Nordeste. 

O censo oficial divulgado em 2024 expõe a falta de 482 docentes em falta, Levantados pela própria UECE, divulgados em abril de 2024 após aprovação no Conselho Universitário (CONSU). Para o DN, a UECE declarou “a Uece declara que já incorporou mais de 290 professores efetivos oriundos do último concurso público, realizado em 2022. Outras 53 vagas continuam abertas através de um novo edital. Assim, nas contas da instituição, restam 138 vagas com carência de preenchimento.”

Quanto às contratações apresentadas pela UECE na notícia, a Administração expõe uma redução artificial no número da carência docente, que não condiz com a realidade: centenas de disciplinas sem professores/as. O último Censo (2024) foi realizado após grande parte das contratações do último concurso, o que em si já invalida tal contabilidade.

Soma-se a essa realidade paralela o fato de que as convocações realizadas se dividiram também entre cursos de expansão — que não apresentam histórico de carência docente. Ou seja, das 365 vagas ofertadas no último concurso (2022), apenas 183 foram destinadas a cursos que sofrem historicamente com a falta de professores. Mesmo que o número divulgado fosse estático e o último Censo desconsiderasse as contratações realizadas, a carência docente permanece gritante.

Avaliação da Sinduece

A Sinduece afirma que o quantitativo de 482 docentes em faltas não foi reduzido. E se, mantida a metodologia do Censo atual, o número pode ser ainda maior, considerando aposentadorias e exonerações desde 2023. Portanto, consideramos o número 138  de carência docente, apresentado pela Reitoria ao jornal, inconsistentes. Se esse fosse o número real, sua resolução seria significativamente mais simples.

Sinduece para o DN

O Governo do Estado apresentou que “firmou o compromisso de convocar os aprovados no último concurso público – realizado em 2022, que ofereceu 365 vagas e foi divulgado como “o maior concurso público docente realizado no Brasil”, naquele ano.”

Porém rebatemos que o problema não está resolvido somente com a criação de novos cargos, conforme declarou nosso presidente – Pedro Costa: “A despeito da criação de novos cargos por meio de lei estadual, não houve, até o momento, qualquer convocação efetiva, agravando a insegurança institucional e comprometendo o direito constitucional à educação pública de qualidade.”

Sobrecarga de trabalho

Na notícia, a Sinduece reforça que, desde o ano passado, já foram enviadas as demandas de professores temporários, mas, até o momento, não foi publicado nenhum edital de seleção, o que tem sobrecarregado os docentes que já há casos que trabalham com jornadas maiores do que 40 horas semanais.

“Ocorre, de forma muito frequente, professores que só chegam no fim do semestre e precisam dar conta da disciplina inteira em algumas semanas.”, declarou o presidente ao DN.

Reafirmamos nossa defesa pela convocação do Cadastro de Reserva para  as áreas de estudo; a realização de um novo concurso para efetivos para as áreas que o CR não  contempla e Autonomia Universitária. 

Serão realizadas as devidas reivindicações e prestaremos depoimento junto ao Ministério Público (MPCE) em Audiência Pública já convocada para o dia 5 de junho.

Fonte: SINDUECE