Segundo Rodrigo Agostinho, a previsão é recuperar a mão de obra, que sofreu grandes baixas
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve publicar nesta sexta-feira (24) o edital de um concurso público para contratar 460 novos servidores. A informação é do presidente do órgão, Rodrigo Agostinho.
Os cargos, de nível superior e médio, devem englobar analista administrativo e analista ambiental e serão oferecidas em todo o país com salários que giram em torno de R$ 9 mil. O calendário, as regras e os demais detalhes sobre as vagas e as provas serão divulgados nesta sexta.
Segundo Agostinho, a previsão é recuperar o quadro de mão de obra, que sofreu grandes baixas nos últimos anos. “A gente chegou a ter 6.300 servidores no passado. Hoje o Ibama tem 2.600 e mil deles estão com idade para se aposentar”, disse, em entrevista ao Brasil de Fato. O órgão não realiza novos concursos públicos desde 2021.
Agostinho afirma que o Ibama tem tentado suprir a falta de funcionários utilizando tecnologia. No entanto, essa alternativa tem limites para enfrentar desafios ambientais importantes para o país, incluindo o desmatamento e as queimadas.
“Eu preciso, obviamente, de gente para combater desmatamento, a mineração ilegal, o garimpo, a extração ilegal de madeira, os crimes contra fauna, os crimes ligados à pesca predatória, fazer o licenciamento ambiental do país”, elenca o presidente do Ibama.
Em 2024, os incêndios aumentaram em 79% em comparação ao ano passado. No ano passado, o fogo consumiu mais de 30,8 milhões de hectares, uma área equivalente ao tamanho da Itália, conforme dados divulgados pela plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas, neste mês de janeiro.
Na ocasião, Ane Alencar, diretora de Ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora do MapBiomas Fogo, enfatizou a necessidade de ampliar os servidores para deter as queimadas. “Sim, é fundamental aumentar a fiscalização, mas também trabalhar com estratégia de inteligência para punir culpados”, afirmou, em entrevista ao Brasil de Fato.
Edição: Martina Medina
FONTE: BRASIL DE FATO