Esta é a quarta semana consecutiva de suspensão das vendas de títulos, enquanto a greve completa três meses na próxima semana
A carreira de Finanças e Controle continua em greve. Nesta terça-feira, 22 de outubro, as vendas do Tesouro Direto foram novamente interrompidas devido à paralisação total dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle, responsáveis pelas operações. Esta é a quarta semana consecutiva de suspensão dessas atividades, enquanto a greve completa três meses na próxima semana.
Apesar da mobilização, o governo ainda não sinalizou abertura para retomar o diálogo. Parlamentares têm expressado apoio aos servidores. Mais de 10 ofícios já foram enviados à ministra Esther Dweck, solicitando que receba os dirigentes do Unacon Sindical para buscar uma solução que ponha fim ao impasse. Até o momento, porém, não houve avanço significativo.
Os impactos da greve têm sido sentidos no mercado, que reage com preocupação a cada nova paralisação das operações do Tesouro Direto. No entanto, as consequências vão além. Na Controladoria-Geral da União (CGU), por exemplo, a greve ameaça comprometer as ações de enfrentamento à corrupção, segundo alertam os próprios servidores. Nesta segunda-feira, 21, durante evento paralelo do G20 em Natal, Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle protestaram com cartazes, alertando os líderes internacionais sobre a crescente evasão de servidores da carreira, motivada pela falta de isonomia em relação a outras carreiras de mesmo nível. Mais de 35% dos aprovados no concurso da CGU de 2022 já deixaram a carreira para assumir cargos em carreiras mais valorizadas.
Durante o evento, o secretário de Integridade Privada da CGU, Marcelo Pontes, falou sobre a mobilização. “Atualmente, meus colegas estão engajados em um esforço conjunto para reivindicar melhorias na carreira. Isso tem sido uma prioridade nos últimos meses. E posso assegurar, em nome do ministro, que toda a alta administração da CGU apoia fortemente esse movimento. Estamos comprometidos em atender, na medida do possível, todas as demandas da carreira”, afirmou.
Os protestos em Natal continuam ao longo da semana, durante as reuniões do Grupo de Trabalho de Anticorrupção do G20.
FONTE: UNACON SINDICAL