Força de trabalho brasileira tem melhor nível desde 2012

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Estudo do IPEA mostra que 109,4 milhões de pessoas estão na força de trabalho, enquanto a população ocupada totaliza 101,8 milhões

O mercado de trabalho brasileiro até o segundo trimestre ano apresenta uma trajetória com bons resultados: segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a força de trabalho nacional chegou a 109,4 milhões de pessoas, enquanto a população ocupada atingiu 101,8 milhões.

Tais resultados apresentam os maiores níveis desde o início da série histórica da PNAD Contínua criada em 2012, com aumentos de 1,7% na força de trabalho e 3,0% no volume de pessoas ocupadas — comparação do segundo trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023.

O emprego formal também apresentou crescimento, com alta de 4% em relação ao segundo trimestre de 2023, segundo os dados da PNAD Contínua. Já o novo Caged registrou a criação de 1,7 milhão de novas vagas com carteira assinada, representando um aumento de 3,8% no período, confirmando a tendência de alta.

Desemprego no menor nível
Segundo o Ipea, a taxa de desocupação atingiu seu menor nível desde o quarto trimestre de 2014 ao cair para 6,9%. A taxa de desemprego de longo prazo também caiu (-1,5 ponto percentual), e houve uma pequena redução no desalento (-0,4 ponto percentual).

Ao se analisar os setores econômicos, destacaram-se os de transporte (7,5%), informática (7,5%) e serviços pessoais (5,7%). O crescimento do emprego formal foi observado na maioria dos setores, com exceção da agropecuária (-3,8%), dos serviços domésticos (-3,3%) e do setor de utilidade pública (-0,1%).

A renda média também cresceu no segundo trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, com um aumento real de 5,8%, encerrando o trimestre em R$ 3.214.

A massa salarial real subiu 9,2% em termos interanuais, atingindo R$ 322,6 bilhões, um acréscimo de R$ 27 bilhões em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Desafios
Os pesquisadores do Ipea apontam alguns desafios a serem trabalhados, como a estabilidade das taxas de subocupação e de participação da força de trabalho nos últimos trimestres.

“É crucial entender por que o número de inativos permanece elevado, totalizando 66,7 milhões de pessoas fora da força de trabalho”, diz o documento, destacando que 3,2 milhões desistiram de procurar emprego devido ao desalento – um grupo que deveria ser prioridade para a reintegração ao mercado de trabalho.

Outros pontos de preocupação são a queda consecutiva na população ocupada no setor agropecuário; a mão de obra que segue no mercado informal e as desigualdades regionais, de gênero, raça, idade e escolaridade.

Leia mais sobre o assunto na íntegra do boletim IPEA

Fonte: Jornal GGN