O que o presidente do BC quer ao manter a taxa de juros elevada é apenas alavancar a internacionalização dos Bancos privados.
Nos últimos dias o Brasil foi sacudido por uma briga de titãs.
por Fábio de Oliveira Ribeiro
De um lado o presidente da república, alguns economistas de renome, vários empresários, as entidades empresariais e uma parcela diminuta da imprensa exigiram a redução da taxa de juros. Do outro lado, o presidente do Banco Central, a Febraban e a grande imprensa neoliberal apoiando os juros estratosféricos que empossam dinheiro nos Bancos penalizando o Estado brasileiro, a economia real e a população em geral.
Os juros foram mantidos nos níveis elevados recomendados pelo presidente do Banco Central. Talvez ele tenha imaginado que ganhou a partida. Todavia, essa vitória dele pode se transformar em derrota por causa de um detalhe.
Na semana em que o Banco Central anunicou que manteria a taxa de juros a imprensa noticiou que os Bancos brasileiros querem aproveitar a nova crise financeira para se internacionalizar. Sendo assim, ficou evidente que o presidente do BC não tem qualquer compromisso com a economia brasileira ou com o bem-estar da população. Os juros altos são apenas um meio para o fim.
O que o presidente do BC quer ao manter a taxa de juros elevada é apenas alavancar a internacionalização dos Bancos privados. Isso em tese vulnera a norma constitucional que criminaliza o abuso do poder econômico, pois o preço do dinheiro está sendo mantido num nível elevado para beneficiar os Bancos com prejuízo para o país, para os empresários e para a população brasileira. Em decorrência, como o PGR nunca faz nada que prejudique realmente os banqueiros, decidi levar essa questão ao conhecimento do STF.
Fábio de Oliveira Ribeiro, 22/11/1964, advogado desde 1990. Inimigo do fascismo e do fundamentalismo religioso. Defensor das causas perdidas. Estudioso incansável de tudo aquilo que nos transforma em seres realmente humanos.
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Fonte: Jornal GGN
