IPP mostra que inflação continuará em alta, por Luis Nassif

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O primeiro indicador são os preços dos 23 grupos industriais pesquisados. No mês, houve aumento em 20 deles e queda em 3. No trimestre, aumento em 22 e queda em 1. No ano e em 12 meses, alta nos 23 grupos.

O IPP (Índice de Preços ao Produtor) é relevante por antecipar o Índice de Custo de Vida Ampliado, a inflação oficial. Ele mede os preços pagos pelo produtor. O IPCA mede os preços pagos pelo consumidor. Obviamente, quando aumentam os preços pagos pelo produtor, em tese os aumentos serão repassados para o preço final do produto.

Nesse momento, há três situações distintas.

A primeira é a do repasse dos aumentos, provocando mais inflação.

A segunda é a redução de margem dos produtores, devido à queda do consumo, provocado pela alta de preços.

A terceira é a manutenção dos repasses, com redução de vendas.

É o que se chama de estagflação, o fenômeno que ocorre atualmente na economia.

As maiores altas de preços ocorrem em produtos diretamente afetados pelo câmbio e pelas cotações internacionais.

Mas, como se observa nos gráficos abaixo, a partir dos dados de setembro de 2021, as altas são disseminadas.

 O primeiro indicador são os preços dos 23 grupos industriais pesquisados. No mês, houve aumento em 20 deles e queda em 3. No trimestre, aumento em 22 e queda em 1. No ano e em 12 meses, alta nos 23 grupos.

As três quedas foram em Eletrodomésticos, Gravação e Informática. Mesmo com a queda, em 12 meses Eletrodomésticos acumulou alta de 22,23%, Gravação em 15,5% e Informática em 15,57%.

Repare a intensidade das altas tanto nos dados do mês quanto no acumulado do trimestre e em 12 meses.

Em outro grupo pesquisado – Grupos Industriais Selecionados – dos 23 setores, 20 registraram alta em setembro e 3 apresentaram queda.

Fonte: Jornal GGN