Na manhã desta terça-feira (11),servidores e servidoras das bases do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCE), do Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (SINDSIFCE) e da Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC-Sindicato) se mobilizaram para exigir a aprovação imediata da Lei Orçamentária Anual (LOA) e lutar contra retrocessos na Medida Provisória (MP) 1286/2024.
Em Fortaleza, os servidores se reuniram no jardim da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde participaram de uma roda de conversa sobre a MP e uma mesa-redonda de análise de conjuntura. O evento contou com um café da manhã e uma apresentação do músico Marcos Fukuda.
No Cariri, a comunidade acadêmica se reuniu no Restaurante Universitário do campus da Universidade Federal do Cariri (UFCA), em Juazeiro do Norte, para debater o atual cenário político e elaborar um abaixo-assinado, que será enviado aos gabinetes dos parlamentares cearenses em Brasília.
A mobilização faz parte da Jornada de Lutas do Funcionalismo Público Federal, que ocorre entre os dias 10 e 14 de março, convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE). A Jornada acontece em um momento crítico para o serviço público, pois a votação do Orçamento de 2025 (PLN 26/24), inicialmente prevista para o dia 11 de março, foi adiada para o dia 17.
Diante desse cenário, servidores e servidoras intensificam a pressão pelo cumprimento integral dos acordos firmados em 2024, incluindo a aprovação da MP 1286/2024 e a revisão de trechos que impõem uma minirreforma administrativa prejudicial aos trabalhadores do serviço público.
Cassia Araújo, coordenadora de Administração e Finanças do SINTUFCE, ressaltou a importância da mobilização.
“O 11 de março de 2025 consolidou a união das categorias. Hoje vimos o pátio da Reitoria lotado com docentes, discentes e os Técnico-Administrativos em Educação (TAE). Isso mostra que a luta continua e que não aceitaremos retrocessos.”
Alrineide Pereira, também coordenadora do SINTUFCE, destacou a adesão significativa dos servidores apesar das condições climáticas adversas
“Mesmo com o dia chuvoso, a categoria atendeu ao chamado. Tivemos presença da Unilab, da UFC e da UFCA. Nosso movimento foi exitoso, pois conseguimos ampliar o debate e pressionar os parlamentares.”
Já Gedeão Correia, coordenador de Campi Avançados do SINTUFCE, frisou a importância da conscientização:
“Realizamos um trabalho de sensibilização sobre o desrespeito dos parlamentares no atraso da LOA e encaminhamos um abaixo-assinado pedindo o compromisso da bancada cearense com o financiamento adequado das universidades.”
Em 2024, os TAE realizaram uma das maiores greves da história, buscando valorização e uma nova carreira. O acordo firmado deveria ter entrado em vigor em janeiro de 2025, mas está travado devido à disputa política entre o governo e o chamado “Centrão”. Wagner Pires, coordenador geral do SINTUFCE, criticou a postura dos parlamentares: “Não aceitamos ser massa de manobra. O governo precisa honrar o acordo.”
A mobilização também busca alertar a população sobre os impactos da falta de orçamento. Atividades de ensino, pesquisa e extensão estão ameaçadas, assim como o pagamento de terceirizados nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Entre as principais demandas dos servidores estão:
A luta dos servidores segue, com novas ações previstas, incluindo mobilizações virtuais e atos em Brasília na próxima semana.
A categoria reforça que a luta pela educação e pelo serviço público de qualidade continua. “O governo sabe quem somos. Continuamos na batalha para garantir condições dignas para a educação pública brasileira”, conclui Wagner Pires.
Fonte: Sintufce