Países precisam cortar 42% do total emitido até 2030 para que aquecimento seja de 1,5°; caso contrário, temperatura pode subir até 3,1°C
Os países que se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa precisam cortar 42% do total emitido até 2030, e 57% até 2035, para que o planeta possa entrar no caminho para o aumento de 1,5° C, segundo relatório divulgado pelo Comitê de Desenvolvimento das Nações Unidas.
“Algumas partes do mundo estão queimando. Algumas partes estão se afogando e as pessoas em todos os lugares estão lutando para lidar e, em muitos casos, sobreviver — particularmente e sempre os mais pobres e vulneráveis”, destaca Inger Andersen, subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
O documento ressalta que os países “devem mostrar um aumento maciço na ambição em novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), essas promessas que fazemos uns aos outros e ao mundo a cada cinco anos”.
Essa promessa não só deve ser reforçada como ser cumprida, caso contrário a meta do Acordo de Paris de manter o aquecimento global em 1,5 °C até 2100 estará morta em poucos anos e a meta de bem abaixo de 2 °C tomará seu lugar na unidade de terapia intensiva.
“Do jeito que as coisas estão, as NDCs atuais colocam o mundo no caminho para um aumento da temperatura global de 2,6-2,8 °C neste século. Pior ainda, as políticas atualmente em vigor são insuficientes para atender até mesmo essas NDCs. Se nada mudar, estamos caminhando para um aumento de temperatura de 3,1°C”, alerta Inger Andersen.
“As novas NDCs e sua implementação devem cortar coletivamente 42% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 para entrar em um caminho de menor custo para 1,5 °C. Olhando para 2035, as emissões devem cair 57%. Em termos anuais, precisamos cortar 7,5% das emissões a cada ano até 2035, um número que aumentará a cada ano de inação”, pontua o documento da ONU.
Segundo o relatório, os cortes necessários podem ser feitos com investimento expressivo em energia solar e eólica, em florestas, na reforma dos setores de edifícios, transporte e indústria, apoiado em uma abordagem governamental, uma nova arquitetura financeira global e forte ação do setor privado. “O G20, particularmente os membros que dominam as emissões, precisam fazer o trabalho pesado”, diz o texto.
Veja mais a respeito do assunto na íntegra do relatório da ONU sobre mudanças climáticas.
FONTE: REVISTA FÓRUM