País teve 225 pessoas LGBT+ eleitas neste pleito, um aumento de 130% em relação ao anterior
O Brasil registrou 225 pessoas LGBT+ eleitas nessas eleições municipais, sendo três delas para prefeituras. O número representa um aumento de 130% em relação ao registrado no pleito de 2020, sendo um recorde, de acordo com um levantamento da organização não governamental VoteLGBT.
Os dados mostram que as 225 pessoas foram eleitas em 190 municípios, de 22 estados e de 19 partidos políticos. Nessas cidades, 28 foram eleitas em capitais, no Legislativo e no Executivo. PT, PSD e Psol lideram o ranking, com 61, 26 e 18 pessoas eleitas, respectivamente.
Nas prefeituras de Alpinópolis e Santa Bárbara do Tegurio (MG), foram eleitos prefeitos gays. Já Bonito (BA), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), elegeu um homem cis assexual. O número de pessoas trans eleitas chega a 39 em todo o país.
Nas capitais, foram eleitas 28 pessoas, das quais 22 são mulheres, incluindo cinco que se autodeclaram trans e travestis. No total, 17 eleitos são negros, sendo 15 mulheres. Porto Alegre (RS) foi o município com o maior número de eleitos LGBT+, com cinco pessoas. São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN), Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE) elegeram três pessoas LGBT+ cada.
Gui Mohallem, da direção do VoteLGBT, afirma que “o Brasil não possui um programa de educação voltado para a diversidade, o que resulta em um acesso muito desigual ao entendimento dessas identidades e termos, especialmente nos interiores do país”.
Ainda assim, “mais que dobramos o número de pessoas LGBT+ eleitas em comparação às eleições municipais de 2020. Nas capitais e grandes cidades, onde os dados são mais precisos, vemos mulheres negras LGBT+, muitas delas trans, liderando as votações entre os partidos de esquerda”, afirma Mohallem.
Em 2024, pela primeira vez foi possível registrar a orientação sexual e a identidade de gênero nas candidaturas das eleições brasileiras. Os dados fornecidos pelo TSE ampliaram o alcance dos mapeamentos que historicamente eram conduzidos pela sociedade civil. No entanto, ainda é necessário um processo de verificação das informações sobre identidades LGBT+ produzidas pela justiça eleitoral, de acordo com a análise de Mohallem.
Edição: Martina Medina
Fonte: Brasil de Fato