Estamos pagando a falta de vacinas com a vida dos trabalhadores, diz Diesse

Trabalhadores formais que não puderam ficar em casa, como frentistas, caixas e motoristas de ônibus também deveriam ter prioridade na vacinação

Levantamento realizado pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data, publicado nesta segunda-feira (5) pelo jornal El País Brasil, mostrou o aumento da letalidade entre trabalhadores considerados essenciais, e que deveria ter prioridade na fila da vacina. Entre janeiro e fevereiro deste ano, com o agravamento da pandemia, frentistas de postos de gasolina, caixas de supermercado e motoristas de ônibus tiveram aumento de mais de 60% nos óbitos registrados, na comparação com o mesmo período de 2020, ainda antes da eclosão da doença.

O estudo, feito com as bases de dados do Novo Caged, ligado ao Ministério da Economia, inclui apenas os trabalhadores formais. Mas, de acordo com o supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, Victor Pagani, os índices de letalidade para os trabalhadores informais devem equivalentes.

Além da demora na prorrogação do auxílio emergencial – que voltou a ser pago com valores ainda mais reduzidos – Pagani atribui a gravidade desses números, tanto dos trabalhadores formais, quanto informais, ao atraso do governo federal na aquisição de vacinas. Da mesma forma, esses índices de letalidade demonstram que tais grupos também deveriam ser incluídos entre os prioritários a serem vacinados.

“Houve a vacinação do profissionais de saúde. Estão na fila os profissionais da segurança pública e educação. A gente vê, por esses dados, que outros setores também deveriam ser priorizados. Mas como não houve a compra das vacinas por parte do governo quando havia a disponibilidade, agora a gente está pagando esse preço da pior forma possível. Com morte de trabalhadores”, afirmou o supervisor do Dieese, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (6).

FONTE: REDE BRASIL ATUAL
FOTO: Gustavo Vara/Fotos Públicas