Brasil atinge pior média de mortes diárias por covid-19, 2.634

Nas últimas 24 horas, foram 1.660 mortes, o número mais elevado para uma segunda-feira. Número total de mortos desde o início da pandemia de covid-19 no Brasil é de 313.866

Depois do mais letal fim de semana da pandemia, o Brasil atingiu hoje (29) a média de mortes calculada em sete dias de 2.634 vítimas de covid-19 por dia. É a maior desde o início da pandemia, em março de 2020. Nas últimas 24 horas foram mais 1.660 mortes, o número mais elevado para uma segunda-feira. Isso em razão do represamento dos dados de algum estados, em razão de um menor número de profissionais em atividades de laboratório aos domingos. Nos dias seguintes a defasagem tende a ser corrigida. Embora o número oficial de mortes tenha chegado a 313.866 vítimas, o que coloca o país como terceiro em número absoluto de mortos, a realidade é ainda mais grave. A subnotificação é reconhecida por órgãos oficiais e denunciada por cientistas e o país segue como epicentro do vírus no mundo. Mais de um terço das mortes pelo vírus no mundo na última semana ocorreram no Brasil.

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Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

O número de novos casos desta segunda-feira ficou em 38.927. Desde o início do surto, ao menos 12.573.615 brasileiros foram infectados. A média móvel de novos doentes por dia está em 75.156. A última semana foi a com maior número de infectados, 540 mil brasileiros foram diagnosticados com a covid. Por sua vez, também foi a semana mais letal. Morreram 17.798 pessoas.

Epicentro do vírus

Apenas Estados Unidos e México possuem mais vítimas em números absolutos desde o início da pandemia. Entretanto, o México ultrapassou o Brasil após reconhecer a subnotificação e acrescentar em seu balanço as mortes em excesso, mesmo sem diagnóstico clínico obtido através da testagem. Contudo, desde o início do ano, a realidade brasileira é a mais trágica. Na última semana, o número de mortos no país superou as mortes somadas dos quatro outro quatro países mais afetados pelo vírus (16.031): Estados Unidos, México, Itália e Rússia.

RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Eventualmente, elas podem divergir dos informados pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências para mais ou para menos são sempre ajustadas após a atualização dos dados.

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Medidas necessárias

Enquanto o cenário da covid-19 se agrava, cientistas reforçam a necessidade de medidas de isolamento social, uso de máscaras e higiene pessoal. Em nota, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), coloca as iniciativas de prevenção à covid-19 como “essenciais para a preservação da vida e saúde em nosso país”.

“A prevenção da covid-19 continua, neste momento, a ser o único caminho para minimizarmos o impacto social e econômico da pandemia. Ações unificadas entre gestores federais, estaduais e municipais são necessárias e urgentes para garantir o acesso de pacientes graves ao suporte ventilatório, que comprovadamente aumenta as chances de sobrevivência”, continua o documento.

Assinam a carta os reitores da USP, Vahan Agopyan, Unesp, Pasqual Barretti, e Unicamp, Marcelo Knobel. “Que o Ministério da Saúde cumpra seu papel central como indutor eficaz de políticas de saúde em nível nacional, garantindo acesso rápido a vacinas, aos medicamentos e, a rastreabilidade permanente do vírus.” Entretanto, nenhum destes pontos é levado com seriedade pelo governo federal. Ao contrário, o governo do presidente Jair Bolsonaro atua para impedir ações de combate ao vírus.

Mesmo a vacinação caminha com dificuldade. Até o momento, foram aplicadas cerca de 20 milhões de doses, de acordo com dados das secretarias estaduais. Este número é total, e envolve primeira e segunda dose, sendo que 9,73% dos brasileiros recebeu a primeira e 2,97% a segunda.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL
FOTO: Chico Batata/Divulgação